O
Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e
recordará tudo o que vos tenho dito” (João 14,25).
Antes de Jesus sofrer
a Sua Paixão, na noite da despedida, naquela última Santa Ceia memorável,
deixou bem claro aos apóstolos que eles teriam a assistência permanente do
Espírito Santo. Sinta-se um instante naquela Ceia e ouça-O falar naquela noite
memorável da despedida: “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Paráclito
(Defensor), para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o
mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis,
porque permanecerá convosco e estará em vós” (João 14, 15-17).
Ora, como poderia a
Igreja Católica se desviar do caminho de Deus se o Espírito da Verdade está
nela e, com ela, desde o começo, e nela “permanece” sempre? Será que essa
Promessa de Jesus não se cumpriu? Será que o Senhor mentiu naquela noite
memorável? Não! Jesus foi enfático, o Espírito Santo não só “permanecerá
convosco”, mais ainda: “estará em vós”, eternamente.
Na mesma noite da
despedida, Jesus ainda disse aos apóstolos: “Disse-vos estas coisas enquanto
estou convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu
nome, ensinar-vos-á todas as coisas e recordará tudo o que vos tenho dito”
(João 14,25).
Ora, como pode a
Igreja se enganar na sua missão de levar os homens a Deus se o Senhor lhe
prometeu na última noite: o Espírito Santo “ensinar-vos-á todas as coisas”?
Observe que Cristo colocou o verbo no futuro: “ensinar-vos-á”; quer dizer:
todos os dias daquele dia em diante, até Ele voltar. Ele continua a ensinar a
Igreja, e a Igreja aos homens.
Nem tudo que a Igreja
acredita está na Bíblia, muitas coisas o Espírito Santo ensinou para ela
[Igreja] no decorrer dos séculos: é a Sagrada Tradição. É por isso que cremos
nos dogmas ensinados pela Igreja hoje e sempre.
Aqueles homens
simples da Galileia não tinham condições de assimilar todas as verdades da fé,
toda a teologia que hoje a Igreja conhece (dogmática, cristologia, liturgia,
mariologia, pneumatologia, escatologia, exegese bíblica…), depois de muito
estudo e reflexão. Jesus, então, lhes explicou que o Espírito Santo de Deus, o
Espírito da Verdade, os guiaria à verdade no futuro. Como poderá, então, a
Igreja errar se o Senhor lhe prometeu que o Seu Santo Espírito da Verdade
“ensinar-vos-á toda a verdade”, desde o começo? Note que o verbo está no
futuro.
Uma grande prova de
que a Igreja Católica não erra, no essencial, é que, em toda a sua longa
história de 2 mil anos, nunca um Papa revogou um ensinamento sobre a fé ou a
moral de um antecessor seu. O mesmo aconteceu com os 21 Concílios ecumênicos
(universais) que a Igreja já realizou; nunca um Concílio revogou um ensinamento
de fé de outro anterior. Esta é a marca do Espírito Santo na Igreja: não há
contradição.
“Fora da Igreja não
há salvação”, diziam os Santos Padres dos primeiros séculos da Igreja. E o Catecismo
da Igreja Católica (CIC) explica o que isso significa: “Toda salvação vem de
Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu Corpo” (CIC § 846). Logo, sem a
Igreja não pode haver salvação. Mesmo os não cristãos, sem culpa, podem se salvar
se viverem de acordo com sua consciência, são salvos por meio da graça
concedida à Igreja. Aqueles que, conscientemente, rejeitarem a Igreja,
rejeitarão também a salvação. Jesus afirmou aos apóstolos, hoje nossos bispos:
“Quem vos ouve, a Mim ouve, quem vos rejeita, a Mim rejeita; e quem Me rejeita,
rejeita aquele que Me enviou” (Lc 10,16).
Só a eles o Senhor confiou o encargo de ensinar, sem erro, com a assistência do
Espírito Santo. Por isso a Igreja é essencial.
A Igreja que Jesus
fundou é a que “subsiste na Igreja Católica”, que tem 2 mil anos e nunca ficou
sem um chefe, Sucessor de Pedro, que o Senhor escolheu.
Professor Felipe Aquino
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